Fenómenos psi, como perceção extrassensorial e sobrevivência após a morte física, que não são explicados por processos cognitivos, neurais ou fisiológicos conhecidos, têm gerado interesse e curiosidade, mas também controvérsia. Os estilos cognitivos relacionados com a avaliação da evidência e a obtenção de conclusões são relevantes para a natureza controversa da psi, pois fornecem uma visão mais aprofundada de como diferentes grupos abordam os fenómenos psi. A equipa de investigação, liderada por Marieta Pehlivanova, comparou os estilos cognitivos, especificamente o pensamento mente ativamente aberto (em inglês Actively Open-minded Thinking - AOT) e a necessidade de resposta (em inglês Need for Closure - NFC), de 144 participantes divididos em quatro grupos: investigadores académicos de psi, indivíduos leigos que acreditam em psi, académicos que são céticos em relação à psi e leigos que são céticos. Por um lado, observaram que os investigadores académicos de psi demonstraram elevados níveis de AOT, semelhantes aos dos académicos e dos leigos céticos, e que o grupo psi leigo tinha níveis mais baixos de AOT do que os outros grupos. Por outro lado, não foram encontradas diferenças significativas na NFC entre os grupos, e os investigadores académicos de psi exibiram elevados níveis de crença psi comparáveis aos dos leigos crentes. Estes resultados sugerem que, apesar de sua grande crença nos fenómenos psi, os investigadores psi têm necessidade de certeza e de recolher evidências para suportar o raciocínio, tal como os céticos. Este estudo foi desenvolvido no âmbito do projeto de investigação 212/20 - Comparing cognitive styles among parapsychology researchers, psi-believers, and skeptics, apoiado pela Fundação BIAL, e publicado na revista científica Frontiers in Psychology, no artigo Cognitive styles and psi: psi researchers are more similar to skeptics than to lay believers.
ABSTRACT
Introduction: Belief in psi, which includes psychic phenomena such as extra-sensory perception and post-mortem survival, is widespread yet controversial. According to one of the leading and perhaps most tested hypotheses, high belief in psi can be explained by differences in various aspects of cognition, including cognitive styles. Most of this research has been conducted with lay individuals. Here, we tested the hypothesis that academic researchers who investigate psi may exhibit different cognitive styles than lay individuals interested in psi, and are more similar to skeptics.
Methods: We measured two cognitive styles—actively open-minded thinking (AOT) and the need for closure (NFC)—and assessed differences among four heterogeneous groups regarding belief in psi and involvement in related research. Specifically, our study included academic psi researchers (N = 44), lay individuals who believe in psi (N = 32), academics who are skeptics of psi (N = 35), and lay individuals who are skeptics (N = 33).
Results: We found group differences in AOT (p = 0.003) but not in NFC scores (p = 0.67). Post hoc tests showed no significant difference in AOT scores between academics who conduct psi research (4.5 ± 0.3) and academic skeptics (4.5 ± 0.3; p = 0.91) or lay skeptics (4.5 ± 0.4; p = 0.80). The lay psi group had significantly lower AOT scores (4.2 ± 0.4) than the other three groups (ps: 0.005–0.04), indicating a decreased willingness to consider a range of evidence when forming an opinion, including evidence that challenges their beliefs. AOT was negatively associated with psi belief in the two skeptic groups combined (r = −0.29, p = 0.01), but not in the psi groups (r = −0.03, p = 0.78).
Discussion: Our research shows that academics who work with psi differ from lay psi individuals, but not from skeptics, in actively open-minded thinking. In other words, despite their high belief in psi phenomena, psi researchers demonstrate a commitment to sound reasoning about evidence that is no different from that of skeptics.