Vai escolher o de sempre ou arriscar?

Vai escolher o de sempre ou arriscar?

Nas situações que exigem uma tomada de decisão é a sinalização pela dopamina no nosso cérebro que nos leva a manter as escolhas habituais para sentirmos conforto e segurança. Porém, quando nos deparamos com um ambiente mutável, é a sinalização por norepinefrina, mais conhecida como noradrenalina, que nos faz arriscar e mudar.

Escolhemos sempre o mesmo caminho de regresso a casa, mas um dia, alertados sobre um condicionamento no trânsito, decidimos arriscar um percurso alternativo. O que nos leva a tomar esta decisão? Aaron C. Koralek estudou o papel de neuromoduladores como a dopamina e a norepinefrina na exploração comportamental e concluiu que estas substâncias químicas afetam as decisões que tomamos diariamente.

No nosso cérebro, os neurónios têm como missão conduzir informação para o corpo, através de impulsos nervosos. Para isso utilizam neurotransmissores e neuromoduladores que atuam no sistema nervoso, podendo afetar diversas funções físicas e psicológicas, incluindo sono, apetite, humor e medo.

Com o objetivo de estudar a relação entre a variabilidade ambiental, a seleção de ação e as respostas dos neuromoduladores dopamina e norepinefrina, o investigador desenvolveu, com o apoio da Fundação BIAL, um paradigma comportamental em ratos para investigar como as mudanças na estabilidade ambiental afetam a variabilidade comportamental.

Aaron C. Koralek confirmou que a dopamina - o neuromodulador que provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação – e a norepinefrina – o neuromodulador que mobiliza o corpo e o cérebro para agir em momentos de perigo ou stress – afetam a tomada de decisões no quotidiano. De acordo com o ambiente (estável ou mutável) em que nos encontramos, “estas duas substâncias químicas vão condicionar a nossa decisão para escolher algo novo ou algo que sempre escolhemos”, explica o investigador do Programa Champalimaud de Neurociências.

Quando as recompensas ambientais são estáveis, “preferimos realizar ações reconhecidas como recompensadoras” - é a dopamina a atuar. Contudo, quando o ambiente é mutável, conseguimos adaptar-nos para “explorar alternativas e revisitar ações cujo valor pode ter mudado” - a adrenalina entrou em ação.

Saiba mais sobre o estudo “The role of dopamine in behavioral exploration and action selection” aqui.


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