De que forma o cérebro responde a estímulos positivos e negativos?
Estudo demonstra capacidade do cérebro para reclassificar constantemente estímulos externos com base em experiências anteriores e adaptar-se a novas situações.
Pessoas que creem no paranormal são mais vulneráveis ao stress?
Estudo com 3084 participantes avaliou se dois tipos de crença no paranormal podem estar associados a diferentes níveis de stress percebido.
Será que percecionamos o peso de partes do nosso corpo e o peso de objetos de forma diferente?
De acordo com a lei de Newton, o peso é calculado pelo produto da sua massa pela gravidade. Como é que o cérebro determina o peso de objetos e de partes do corpo?
Pode a meditação mudar a forma como encaramos a morte?
O cérebro está constantemente a criar e a atualizar modelos da realidade, antecipando o que vai acontecer e ajustando-se para minimizar surpresas. Embora este mecanismo seja essencial para a nossa adaptação, pode levar também a uma inquietante consciência da mortalidade. Para evitar esse desconforto, o cérebro desenvolveu formas automáticas de distanciar a morte, atribuindo-a ao "outro" em vez de a si próprio. Uma equipa liderada por Aviva Berkovich-Ohana investigou se a meditação poderia reduzir essa tendência natural de negação da morte. O estudo revelou que meditadores experientes reagem de maneira diferente em comparação com os aprendizes: em vez de rejeitarem a ideia da própria mortalidade, parecem aceitá-la com mais naturalidade. Os resultados fornecem assim evidências de que a meditação pode transformar a forma como o cérebro processa a morte, passando da negação para a aceitação. Além disso, essa mudança esteve associada a um maior bem-estar e a estados avançados de transcendência positivos. Isto sugere que integrar práticas de meditação em contextos clínicos pode ser uma abordagem promissora para lidar com o medo da morte, complementando terapias psicológicas e farmacológicas que afetam a perceção do eu. Este estudo foi publicado na revista científica Neuroscience of Consciousness, no artigo Training the embodied self in its impermanence: Meditators evidence neurophysiological markers of death acceptance, no âmbito do projeto de investigação 191/20 - Understanding the brain mechanisms of death-denial for fostering mindfulness-based existential resilience, apoiado pela Fundação BIAL.
Sabia que alguns estudos apoiados pela Fundação BIAL estão entre os mais citados do mundo?
A investigação financiada por esta Fundação tem gerado descobertas inovadoras com grande impacto na ciência. De acordo com os dados mais recentes, relativos a novembro e dezembro de 2024, 17 artigos resultantes desse apoio integram o grupo de Highly Cited Papers, ou seja, estão entre os 1% mais citados na sua área académica e ano de publicação, segundo o Essential Science Indicators (ESI). Entre eles, destaca-se um estudo publicado na Science Advances, que explora os padrões dinâmicos do cérebro associados à consciência, ajudando a compreender melhor estados como o coma e o sono. Outro estudo amplamente citado, publicado na PLoS ONE, investiga os desafios da meditação e os seus efeitos psicológicos, um tema cada vez mais relevante no ocidente. Um estudo publicado na revista Cortex explora se o cérebro dos humanos inibe, particularmente através do lobo frontal esquerdo, a manifestação de capacidades psi inatas, tais como a psicocinese. Já um artigo na Biological Psychiatry traça um roteiro essencial sobre a interoceção – a perceção dos sinais internos do corpo – e a sua ligação ao bem-estar. Outros artigos amplamente citados analisam estados alterados da consciência (como meditação, hipnose e experiências com psicadélicos), os mecanismos cerebrais da insónia e até os efeitos da COVID-19 na cognição. Com centenas de citações e um impacto crescente, estes estudos reforçam a importância da Fundação BIAL na compreensão da mente humana, abrindo caminho para novas descobertas científicas.
O que acontece no cérebro quando dizemos "Não"?
A negação tem um papel importante na linguagem, mudando o significado das frases e o foco da nossa atenção. Estudos recentes sugerem que entender frases de não ação, como "Ela não escreveu a carta", envolve áreas do cérebro responsáveis pelo controlo de movimentos. Neste âmbito, Alessio Avenanti e colaboradores investigaram como a leitura de frases afirmativas e negativas de ação e atenção afeta os mecanismos inibitórios e facilitadores no córtex motor primário (M1), que controla os movimentos. Usando uma técnica chamada de estimulação magnética transcraniana (TMS), descobriram que frases de ação negada (como "não escreveu") diminuem a atividade nas áreas motoras do cérebro, bloqueando a ação. No entanto, frases sem ação, como "Ela não estava atenta", não têm esse efeito. As frases de ação negada também reduzem a atividade de circuitos inibitórios no cérebro, regulados pelo neurotransmissor GABAA, mas não afetam os circuitos que facilitam a atividade cerebral. Estes resultados ajudam-nos a entender melhor como o cérebro processa a linguagem e como isso se relaciona com os movimentos que fazemos. Este estudo foi publicado na revista científica Brain and Language, no artigo Exploring the impact of sentential negation on inhibitory motor networks: Insights from paired-pulse TMS, no âmbito do projeto de investigação 304/22 - Boosting and hindering action imitation by modulating spike-timing dependent plasticity, apoiado pela Fundação BIAL.
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