Investigadores da psi são mais parecidos com os leigos crentes ou com os céticos?
Estudo revela que os investigadores que estudam as capacidades psíquicas diferem dos indivíduos leigos crentes nessas capacidades, mas não dos céticos no que diz respeito ao pensamento ativamente aberto.
Poderá o comportamento não-verbal do prestador de cuidados de saúde modular os relatos de dor e os efeitos placebo?
Os efeitos de comportamentos não-verbais de prestadores de cuidados de saúde nos relatos de dor e efeitos placebo podem ser diferentes entre homens e mulheres.
Em que medida os limites do nosso corpo parecem desaparecer durante a meditação de atenção focada?
Investigação revela que uma sessão de meditação de atenção focada de 15 minutos permitiu esbater a fronteira entre o eu e o ambiente.
Sabia que alguns estudos apoiados pela Fundação BIAL estão entre os mais citados do mundo?
A investigação financiada por esta Fundação tem gerado descobertas inovadoras com grande impacto na ciência. De acordo com os dados mais recentes, relativos a novembro e dezembro de 2024, 17 artigos resultantes desse apoio integram o grupo de Highly Cited Papers, ou seja, estão entre os 1% mais citados na sua área académica e ano de publicação, segundo o Essential Science Indicators (ESI). Entre eles, destaca-se um estudo publicado na Science Advances, que explora os padrões dinâmicos do cérebro associados à consciência, ajudando a compreender melhor estados como o coma e o sono. Outro estudo amplamente citado, publicado na PLoS ONE, investiga os desafios da meditação e os seus efeitos psicológicos, um tema cada vez mais relevante no ocidente. Um estudo publicado na revista Cortex explora se o cérebro dos humanos inibe, particularmente através do lobo frontal esquerdo, a manifestação de capacidades psi inatas, tais como a psicocinese. Já um artigo na Biological Psychiatry traça um roteiro essencial sobre a interoceção – a perceção dos sinais internos do corpo – e a sua ligação ao bem-estar. Outros artigos amplamente citados analisam estados alterados da consciência (como meditação, hipnose e experiências com psicadélicos), os mecanismos cerebrais da insónia e até os efeitos da COVID-19 na cognição. Com centenas de citações e um impacto crescente, estes estudos reforçam a importância da Fundação BIAL na compreensão da mente humana, abrindo caminho para novas descobertas científicas.
O que acontece no cérebro quando dizemos "Não"?
A negação tem um papel importante na linguagem, mudando o significado das frases e o foco da nossa atenção. Estudos recentes sugerem que entender frases de não ação, como "Ela não escreveu a carta", envolve áreas do cérebro responsáveis pelo controlo de movimentos. Neste âmbito, Alessio Avenanti e colaboradores investigaram como a leitura de frases afirmativas e negativas de ação e atenção afeta os mecanismos inibitórios e facilitadores no córtex motor primário (M1), que controla os movimentos. Usando uma técnica chamada de estimulação magnética transcraniana (TMS), descobriram que frases de ação negada (como "não escreveu") diminuem a atividade nas áreas motoras do cérebro, bloqueando a ação. No entanto, frases sem ação, como "Ela não estava atenta", não têm esse efeito. As frases de ação negada também reduzem a atividade de circuitos inibitórios no cérebro, regulados pelo neurotransmissor GABAA, mas não afetam os circuitos que facilitam a atividade cerebral. Estes resultados ajudam-nos a entender melhor como o cérebro processa a linguagem e como isso se relaciona com os movimentos que fazemos. Este estudo foi publicado na revista científica Brain and Language, no artigo Exploring the impact of sentential negation on inhibitory motor networks: Insights from paired-pulse TMS, no âmbito do projeto de investigação 304/22 - Boosting and hindering action imitation by modulating spike-timing dependent plasticity, apoiado pela Fundação BIAL.
Sabia que o cérebro humano consegue estudar-se a si próprio?
Parece um paradoxo, mas é verdade! O cérebro, responsável pela nossa consciência e perceção, tem a capacidade única de se estudar a si próprio. Mas como pode um órgão analisar-se a si mesmo? Como pode o cérebro ser simultaneamente o objeto e o instrumento de estudo? Uma revisão recente, liderada por Simone Battaglia, explorou estas questões, juntando perspetivas filosóficas e neurocientíficas. Ao tentar entender a si mesmo, o cérebro enfrenta um dilema único: como pode um sistema complexo analisar suas próprias funções sem um ponto de referência externo? Este dilema é comparado ao conceito filosófico de "autorreferência", onde um sistema deve se definir e se compreender a partir de dentro. Outra principal questão é a dicotomia entre a objetividade científica e a subjetividade da experiência consciente. O estudo sugere que a compreensão completa do cérebro e da mente requer uma abordagem que integre ambos os aspetos. Efetivamente, os cientistas combinam técnicas avançadas de imagem cerebral que estudam o cérebro a nível estrutural e funcional, como a ressonância magnética (MRI) por exemplo, com a introspeção, que é a reflexão sobre pensamentos e experiências. Essas abordagens complementares permitem uma compreensão mais profunda dos mecanismos subjacentes à consciência e à perceção. Estudar como o cérebro gera diferentes estados de consciência pode ajudar a identificar sinais de distúrbios como a depressão ou esquizofrenia, e novas formas de tratar o stresse pós-traumático, por exemplo. Ainda há muito por descobrir, mas estes estudos podem abrir novas possibilidades para a forma como entendemos e tratamos a mente humana. Esta revisão foi publicada na revista científica Physics of Life Reviews, no artigo The paradox of the self-studying brain, no âmbito do projeto de investigação 235/22 - SPARKS: Driving associative plasticity in the cortically blind brain to promote recovery of visual awareness, apoiado pela Fundação BIAL.
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